Mais de 15 mil trabalhadores(as) lotaram as ruas do centro de Goiânia no dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência. O ato, que acontece em todos os estados do país, foi realizado na manhã de hoje e contou com a presença de diversas sindicatos e centrais sindicais representativas de trabalhadores do serviço público, de iniciativa privada, do campo e da cidade. Participaram ainda diversas entidades de luta pela terra, pela moradia, de estudantes e da juventude.
A concentração do ato aconteceu no coreto da Praça Cívica, onde diversas passeatas se uniram para seguir pela Avenida Goiás até a Praça do Bandeirante. Ao longo da manifestação, os(as) trabalhadores(as) gritaram palavras de ordem e dialogaram com a população goianiense acerca dos prejuízos que Reforma da Previdência do governo Temer trará, caso seja aprovada.
A manifestação foi organizada pelo Fórum Goiano contra a Reforma da Previdência. O Fórum, composto por diversas entidades sindicais, é coordenado pelo SINT-IFESgo e tem organizado e articulado a luta dos trabalhadores em Goiás. Além do ato de hoje, o Fórum teve participação importante nas manifestações do Dia Internacional da Mulher (8 de março).
Foi de iniciativa do Fórum também a realização de uma audiência pública sobre o tema que aconteceu no dia 12 de março na Assembleia Legislativa (leia mais aqui). Além disso, foi elaborada uma campanha estadual contra a Reforma, que já está nos outdoors de Goiânia e do interior.
O diretor do SINT-IFESgo e coordenador do Fórum, João Pires, acredita que a manifestação foi muito importante para o movimento de resistência dos(as) trabalhadores(as). “Essa foi uma importante demonstração de força da classe trabalhadora. Através desse ato mostramos aos(às) parlamentares e a esse governo golpista e corrupto a reposta do povo goiano à essa reforma que só vem para tirar os nossos direitos”, salientou.
João desmentiu ainda a informação largamente divulgada pelo governo acerca do déficit da previdência social no Brasil. “É uma falácia. O problema da previdência no país está na Desvinculação de Receitas da União, que tira recursos da seguridade social para aplicar em outras áreas. O que o governo quer é colocar a previdência nas costas dos trabalhadores enquanto alivia as grandes empresas sonegadoras de impostos”, concluiu.
A presidenta da CTB-GO, Ailma Oliveira, ressaltaou grande unidade de ação das centrais sindicais e dos movimentos sociais. “Todos os envolvidos estão de parabéns. Conseguimos realizar um dos melhores no estado e isso só foi possível graças a unidade na luta contra os retrocessos. Além de Goiânia, conseguimos promover atos em várias cidades do interior” enfatizou
Manifestação no interior
Goiânia não foi o único palco de insatisfação contra a Reforma da Previdência no estado. Em Anápolis, cerca de 3 mil trabalhadores(as) realizaram uma grande manifestação, que contou com a presença também dos trabalhadores técnico-administrativos em educação (TAEs). A categoria se organizou ainda no município de Jataí. Além disso, foram realizados atos ainda em Itumbiara e Catalão
Entenda o projeto
A PEC 287 prevê a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer quer acabar com as aposentadorias especiais de trabalhadores rurais, professores e policiais e extinguir o direito das mulheres, que exercem triplas jornadas de trabalho. As medidas contidas na reforma obrigarão os trabalhadores a contribuir pelo menos 49 anos e/ou terem 65 anos de idade para se aposentar.
A tramitação no Congresso deste projeto de lei que altera as regras da aposentadoria e propõe mudanças na previdência não significam benefícios para os cidadãos. Neste projeto, a mudança significa que 90% dos brasileiros, correm o risco de morrerem sem se aposentar, pois no país a expectativa de vida da população varia entre 65 e 75 anos.