Nós, representantes das entidades abaixo relacionadas, manifestamos, publicamente, apoio à combativa presidenta da CTB-GO [Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Goiás] e, ao mesmo tempo, repudiamos a truculência policial que resultou em sua arbitrária prisão no último dia 29 de maio.
Um tenente coronel, que não usava nenhuma identificação, deu voz de prisão à sindicalista que estava no seu legítimo direito de manifestação, em defesa dos Trabalhadores que realizavam um movimento de panfletagem notoriamente pacífico, na porta da garagem da empresa Rápido Araguaia.
O abuso de autoridade, plenamente caracterizado, estendeu-se até a 20ª Delegacia de Polícia. Local onde a professora Ailma teve os seus direitos constitucionais continuamente desrespeitados. Apreendido o seu celular, não foi disponibilizada, sequer, a oportunidade da sindicalista de entrar em contato com familiares ou advogado.
Rasgou-se, em um só ato, princípios fundamentais da Constituição da República, iniciando-se pelo artigos 1º e 5º e permeando inúmeros outros dispositivos constitucionais e legais como o princípio da dignidade da pessoa humana, da cidadania e o direito de livre manifestação pacífica.
Este documento representa, além de apoio à dirigente sindical, uma defesa vigorosa do direito de manifestação de todos os trabalhadores, estudantes e segmentos sociais que sofram qualquer tipo de injustiça ou discriminação. É a defesa cristalina do Estado Democrático de Direito.
A delicada situação política e econômica experimentada pelo Brasil atual exige posições corajosas em defesa dos direitos, individuais e coletivos, dos trabalhadores urbanos e rurais. A garantia desses direitos passa pela união de todas as entidades que são contra a precarização do emprego através da terceirização e da redução de conquistas trabalhistas duramente efetivadas.
A presidenta Ailma tem o seu trabalho conhecido e reconhecido em quase três décadas de luta incansável em favor dos Trabalhadores/as, da democracia, da educação e do Ensino de Qualidade, tanto como professora atuante quanto como integrante do Conselho Estadual de Educação, representante dos Estudantes.
A prática de se criminalizar os movimentos sociais é ação que está se estendendo por todo o país. Diante desse quadro perigoso e alarmante, é fundamental a união de todos para frear a repressão e as arbitrariedades reiteradas. Cada entidade tem posições específicas e peculiares, mas a defesa de princípios basilares, como direito a livre manifestação deve ser uma luta de todos.
Hoje, a vítima é a presidenta da CTB-GO Ailma Oliveira, que está intimada a depor, judicialmente. Amanhã, pode ser outro [a] líder sindical. Ou mesmo o conjunto dos movimentos que lutam por melhores condições de trabalho e de vida. Esses atos podem ser reflexos dos desmandos remanescentes da ditadura, que se esperavam mortos e que devem ser combatidos em todos os momentos. Todo o apoio à Ailma!
“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.
Bertolt Brecht
Assinam a moção:
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Conlutas
CUT
UGT
Nova Central
FSM
UNE
Conselho Estadual de Educação (CEE)
ASDECOL-Bogotá
Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil
Sindicato dos Policiais Civis de Goiás
Sindicato dos Professores do Estado de Goiás
União Brasileira de Mulheres
Sindicato dos Policiais Federais do Estado Goiás
Sindicato dos Policiais Rodoviários do Estado de Goiás
Sindicato dos Trabalhadores no Segmento de Alimentação
Conselho Regional de Enfermagem
Sindsaúde
Sintego
Aduf
SINT-IFESgo
DCE – UFG
Conlutas – Goiás
Apuc
Uges
Sindimetal
Anfope