Para Francisco Júnior e o Conselho Nacional de Saúde, a saúde e a educação são bens públicos, que não podem e não devem se submeter aos imperativos do mercado. Além disso, o CNS considera que o processo de terceirização dos hospitais trazido pela Ebserh é inconstitucional, uma vez que se trata da terceirização de atividades-fim do Estado, como são as relacionadas à saúde, ao ensino e à pesquisa.
A tendência de privatização dos serviços prestados nos Hospitais Universitários (HU), trazida com a gerência da Ebserh, resulta na perda da autonomia das universidades. Na prática, alerta o conselheiro Francisco Batista Júnior, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares retira os hospitais da gerência das universidades e coloca-os sob uma administração de direito privado, que trabalha com a lógica do mercado e pode contratar e demitir livremente, com amplos poderes para firmar contratos, convênios, definir processos administrativos internos e definir metas de gestão.
FRANCISCO BATISTA JÚNIOR, farmacêutico, pós-graduado em farmácia pela UFRN, é integrante do Conselho Nacional de Saúde, que presidiu de novembro de 2006 a fevereiro de 2011 e é servidor do hospital Giselda Trigueiro, da rede do Sistema Único de Saúde do Rio Grande do Norte.